Poeminha antigo, mas hoje sinto-me
meio passado...
Sou mais do que passiva manhã.
Aceite a que eu ofereço,
é a que em mim mais o ama,
não tente alcançar a que não o quer,
a que exala volúpia e é passageira.
Das mulheres que habitam a que sou
evite a que os olhos não lhe dirigir
e nem tente a ela prender.
Meus vultos escorregam passos,
se você não os acompanha
não queira ficar e tudo modificar,
eu sou a sem lei, a parida ventania
nos dias de lamento das montanhas.
Acordo feras no soco ou no beijo
e exprimo meiguice na fala,
armadilha completa aos pés dos desavisados.
Não fique se a paixão for violenta
nem acomode se o amor for paciente, inove.
Mas se acaso descobrir os meus lados
e ainda assim for forte o bastante,
dome meus silêncios de raízes profundas
e toque sem medo o chão que piso.
Há dentro de mim o segredo para a vida,
vida presente para aquele que for sol e lua
nos carinhos sinceros ao escolhido.
Nada de mim é permanente,
eu sou a víbora de doce rastejar,
a criança desabrigada e carente,
a fêmea sem pudores, a santa de coisas válidas.
Não venha com falsas razões
ou engane minha confiança no que vejo,
eu perfuro caminhos por detrás da ânsia.
Nada valho e tudo é precioso
no que de mais puro digo e calo.
Cabe ao imperfeito sondar-me
descobrir meu avesso e habitar-me.
Aquele que vem fogo foge chuva,
aquele que vem utopia nem sequer permeia a Poesia.
Se o que quer é ser meu parceiro
aprenda o sigilo dos loucos
sem cair na masmorra do tédio,
vista camisa de força em minha pele
e trilhe o que existe por trás da coragem
do meu peito de florir espinho.
Eu tenho a oferecer o universo dos meus dias,
as trincheiras do âmago,
as muitas facetas dos meus delírios.
Não ouse chegar bombardeando minha carne
eu sou a própria guerra no amor
sem acenar bandeira de paz.
Aceite a que eu ofereço,
apenas não conforme em ter das tantas
furiosa besta enjaulada
ou mansa cadela em coleira.
Se o que quer é maior que a imposição,
desnuda minha boca, fira a minha fala
e eu rasgo essa que não o entende e elejo-o,
desbravador dos meus desertos,
único dono do meu coração e tesão.
Eliane Alcântara.
terça-feira, novembro 29, 2011
sábado, novembro 19, 2011
Agora é assim.
(Imagem: Google).
Agora é assim.
Você não presta e me alucina,
de um modo quente me ilumina,
por dentro e por fora me faz menina
e na cama sua vadia rainha.
E digo que já não quero,
você é canalha e me enrola,
embola nas minhas as pernas suas
e lá vou eu, atalho e pecado, boca aberta.
Perguntam se espero o seu conserto
e o que quero é seu concerto em mim.
Amo a bagunça dos nossos corpos
e sua malandragem ao abrir-me novas notas.
É verdade que espero amor e balanço,
mas tudo junto não consigo,
então fico com seu jeito canalha
de chegar sem pressa e sair sem vontade.
Daqui alguns anos irei quebrar tudo,
bater no vento, esmurrar palavras,
por enquanto aceito seu estilo,
depois, bem depois, alimentaremos peixes.
Há tempo para o tempo.
Eliane Alcântara.
domingo, outubro 23, 2011
Sutilmente.
(Imagem: Google).
Sutilmente
Antes que eu me desespere,
tome meus desejos,
engula minhas vontades, uma a uma,
e aprove a loucura
que eu trago presa nos olhos.
Deixe-me úmida,
fruta pronta para seus lábios.
Desnorteei meus rumos,
desoriente meus pensamentos.
Quero enlouquecer em sua cama,
perder-me em seus abraços.
Capte a delicadeza de minha fome de amar,
lace noites acesas aos nossos corpos candelabros,
alumia-me de dentro para fora com seu gozo.
Imperfeita que sou, ouça meu grito de prazer,
musical sentença aos seus ouvidos.
Devore meu querer, dome minha rebeldia,
devagar, recomece como bem sabe.
Olhe profundamente meu deslizar no colchão,
toma-me sua brincadeira preferida
e, assim, serei em suas mãos,
o dado que acaricia
antes de lançá-lo ao seu destino.
Sabendo manipular-me,
prazerosamente, terá imensa sorte:
sua mulher, de dama a puta,
serei por todo o sempre, ternamente.
Eliane Alcântara.
quarta-feira, setembro 28, 2011
Impregnados.
(Imagem: Google).
Impregnados.
Presa da tua liberdade
sou-te claridade e sombra
no abstrato espaço
da planejada realidade
que nos absorve
carnais espetáculos.
E tu em mim
no todo que dou-te
és universo,
qualquer palavra de amor
a enfeitiçar-me os dias
_ poesia e malícias.
Eliane Alcântara.
sexta-feira, agosto 12, 2011
domingo, julho 17, 2011
Volta ao antigo blog...
Tempo.
Dos dias longos em que espero-te
um ar de eternidade com gosto de possibilidades
veste-me nova razão nos olhos,
jardim de sussurros e vontades tantas.
...Continua aqui:
http://www.eliane_alcantara.blogger.com.br/index.html
Dos dias longos em que espero-te
um ar de eternidade com gosto de possibilidades
veste-me nova razão nos olhos,
jardim de sussurros e vontades tantas.
...Continua aqui:
http://www.eliane_alcantara.blogger.com.br/index.html
terça-feira, junho 21, 2011
Desmedidos amantes.
(Imagem: Google).
Desmedidos amantes.
Faceira brincadeira em meu corpo giram seus dedos
e criança sorridente peço que me beije a boca,
aperte delicadamente meus seios e morda-me os ombros.
Ouso comer dos seus olhos as vontades sacanas
e você em calma vem falar-me de assuntos tantos
e finge querer conversa antes do amor e sexo.
Em silêncio mostro ar de interesse e você começa,
até que coloca-me de quatro e já não fala, lambe.
Eu, promessa assanhada ofereço-me.
Sua língua e a minha em falação elegem membros,
festa sadia nos contornos sugados, ela e ele,
constante gozo no feitio da pele.
E molhados de doçura e paixão, selvageria e inocência,
adormecemos completos adultos,
na plena satisfação mulher e homem.
Eliane Alcântara.
terça-feira, junho 14, 2011
Desfolhar - Neide Mendes.
Desfolhar
Cai o sol no fim da tarde...
Primorosos prenúncios do luar
Saudosas carícias meu amor
No crepúsculo vem me tocar
Desfolhando as fantasias
Arrastadas na imensidão
Páginas viradas da vida
Num álbum de recordação
Retratos em folhas mortas
Desfolhadas com emoção
São fatos da nossa vida
Habitantes da imaginação
Desfolhar a lâmina morta
Não traz tanta ansiedade
Leva-me de volta no tempo
Traz de volta tua saudade
Neide Mendes
Vamos colher flores
Vamos colher flores
Os lírios nos campos
Das flores nos vales
Comemorar ardores
Vamos comer frutos
Das suculentas maças
As deliciosas uvas
Bebemorar amores
Vamos beber juntos
Nas salivas do amor
As seivas da alvorada
Vamos comer amores
Nos carnosos lábios
Os deleitáveis sabores
Neide Mendes
Os lírios nos campos
Das flores nos vales
Comemorar ardores
Vamos comer frutos
Das suculentas maças
As deliciosas uvas
Bebemorar amores
Vamos beber juntos
Nas salivas do amor
As seivas da alvorada
Vamos comer amores
Nos carnosos lábios
Os deleitáveis sabores
Neide Mendes
quarta-feira, maio 11, 2011
Ah... Se eu pudesse...
Se eu pudesse eu seria tudo o que te acalma Seria a rocha impossível de se mexer Mesmo com a chuva forte. Seria o desvio das águas amedrontadoras Que tanto te deixa preocupado. Seria as asas que aquecem e te protegem, Seria o conforto da oração, Seria o acontecimento... A gargalhada, O choro de alegria, A roupa limpinha, As ondas do mar que batem nas pedras, A corda bamba onde o menino trapezista brinca. Seria o lápis, O papel colorido, O compasso, As mãos do arquiteto que faz maravilhas com seus riscos. Se eu pudesse... Eu seria a solução, O descanso e o fim de toda a sua preocupação. Amo este seu jeito de ser. Ana da Cruz. |
Visite Mural dos Escritores: http://muraldosescritores.ning.com/profile/AnadaCruz
sábado, abril 30, 2011
domingo, abril 24, 2011
Delicatesse.
Delicatesse.
Dona de nenhum perigo construo
abismos,
navego olhares, mordo palavras, engulo sonhos.
Eu provo da
loucura folhas de outonos dourados
e mastigo sentenças não
aprovadas.
Violento sorrisos sem medo de culpas,
se você não gosta não
chegue perto, eu ardo.
Minha boca tem o antídoto para vontades,
a fina
poeira de ventanias em olhos irritados.
Na pele uma fogueira enfeita de
laço corpos,
e peco, peco tanto que já virei perdão
na dança única dos
delírios
de prender entre as pernas o coração de quem amo.
Fica quem
vence a fera, alcança a fêmea,
parte quem não chega, aquele que eu não
espero.
Eu bebo do gozo o prazer de estar parte
do que me faz inteira no
alheio respirar ofegante.
Escolho o que não sei, observo jogos,
se
jogo não desperdiço cartas - lanço-me nua.
Mando andar quem não é
encaixe,
costura exata ao meu querer doce, inocente e feroz.
Eu sou a
oração do meu verso,
carne da minha letra, sexo da minha voz.
Rouca
postura no caminho dos destemidos,
enraizados filhos do sol, filtros que
fabrico.
E de tantas passagens que são passado
eu sou o agora todo o
tempo e o ontem presente.
No ventre a evolução das estações raceiam,
na
alma guerreia a menina e a sábia -- mundo.
Dona de mim e do espelho sou
índia,
sou filha, sou mãe, sou pátria.
Se engasgo o seu passo fique
longe,
sou indecifrável esfinge aos tolos: sou mulher!
Eliane Alcântara.
♪ Músicas online grátis! Acesse: www.powermusics.com
Dona de nenhum perigo construo
abismos,
navego olhares, mordo palavras, engulo sonhos.
Eu provo da
loucura folhas de outonos dourados
e mastigo sentenças não
aprovadas.
Violento sorrisos sem medo de culpas,
se você não gosta não
chegue perto, eu ardo.
Minha boca tem o antídoto para vontades,
a fina
poeira de ventanias em olhos irritados.
Na pele uma fogueira enfeita de
laço corpos,
e peco, peco tanto que já virei perdão
na dança única dos
delírios
de prender entre as pernas o coração de quem amo.
Fica quem
vence a fera, alcança a fêmea,
parte quem não chega, aquele que eu não
espero.
Eu bebo do gozo o prazer de estar parte
do que me faz inteira no
alheio respirar ofegante.
Escolho o que não sei, observo jogos,
se
jogo não desperdiço cartas - lanço-me nua.
Mando andar quem não é
encaixe,
costura exata ao meu querer doce, inocente e feroz.
Eu sou a
oração do meu verso,
carne da minha letra, sexo da minha voz.
Rouca
postura no caminho dos destemidos,
enraizados filhos do sol, filtros que
fabrico.
E de tantas passagens que são passado
eu sou o agora todo o
tempo e o ontem presente.
No ventre a evolução das estações raceiam,
na
alma guerreia a menina e a sábia -- mundo.
Dona de mim e do espelho sou
índia,
sou filha, sou mãe, sou pátria.
Se engasgo o seu passo fique
longe,
sou indecifrável esfinge aos tolos: sou mulher!
Eliane Alcântara.
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terça-feira, abril 12, 2011
Não são eternas as conquistas.
Não são eternas as conquistas.
Falta em meus lábios o beijo primeiro,
aquele que eu apenas sonhei.
O doce gosto do amor eterno
que já nem sei se o alcancei ou alcançarei.
De andar em olhares perdidos
penso que me perdi nos carinhos efêmeros,
nas loucuras das promessas deslizantes
que nunca ousaram ser raízes.
Dopada de mim, de esperas tamanhas,
resta no caldo das horas segundos tristonhos,
e a que momentaneamente agora sonha
explode em alegria a verdadeira ilusão.
Há em meu peito o contraste das coisas,
a estrada dos loucos, dos observadores os passos.
É que sou persistente fogueira,
ardo onde não imaginam.
Falta-me algo, estar completa seria o fim.
Eliane Alcântara.
quarta-feira, março 30, 2011
...
(Foto: Google).
...
Enxergo-te nessas canções de saudade onde tudo que gira borboleteia as asas do meu único sonho: ter-te (sempre).
Enxergo-te nessas canções de saudade onde tudo que gira borboleteia as asas do meu único sonho: ter-te (sempre).
E as coisas que eu não sei brincam de roda diante dos meus olhos a propagar-te amor silente e vivo em tudo o que em mim cabe.
Espaço de mil outras canções meu peito consagra-te dono e rei das minhas fantasias, reais dimensões dos meus passos em teu corpo, sol dos meus desejos.
E essa que sou em planos, efeitos e tudo o mais reflete mar, céu e terra. Vida da vida que nasce, tua.
Eliane Alcântara.
Eliane Alcântara.
domingo, março 27, 2011
Eternidade...
(Foto:
Eternidade é o que criamos.
Entre as bijouterias soltas em meu silêncio admiro as pedras de vidro e multicolores.
Gosto do brilho das coisas comuns.
São elas que adquirem valores inigualáveis, pois passam da simplicidade a preciosidades.
Eliane Alcântara.
segunda-feira, março 14, 2011
Anunciação - Eurico de Carvalho.
Latest tracks by Eurico de Carvalho
Anunciação por Eurico de Carvalho.
Nem sei como dizer-te a alegria com que espero
a palavra mais lúcida, secreta e semovente.
Dela, sabe-lo, se alimenta em pleno espaço
a incerta rotação dos amantes e a certeza
de ser seu o repouso. Seja ela a rosa de cristal
que amanhece em tua boca adolescente. E, crê,
por entre o orvalho - hálito da manhã -,
nunca será nosso o esquecimento do Sol.
Poema publicado em Dezembro de 2002
no jornal "O Tecto" de Vila do Conde
(Ano XIV: N º 39).
Cf. página 2.
Anunciação por Eurico de Carvalho.
Nem sei como dizer-te a alegria com que espero
a palavra mais lúcida, secreta e semovente.
Dela, sabe-lo, se alimenta em pleno espaço
a incerta rotação dos amantes e a certeza
de ser seu o repouso. Seja ela a rosa de cristal
que amanhece em tua boca adolescente. E, crê,
por entre o orvalho - hálito da manhã -,
nunca será nosso o esquecimento do Sol.
Poema publicado em Dezembro de 2002
no jornal "O Tecto" de Vila do Conde
(Ano XIV: N º 39).
Cf. página 2.
quinta-feira, fevereiro 10, 2011
Seja autêntico (a).
(Imagem: Google).
Seja autêntico (a).
Não pedi para ser quem sou,
não pedi para ser suficiente,
pouca importa os que não gostam,
antes sou eu com minhas alegrias.
Os que invejam-me não lutam,
olham abatidos o que sonham
na carne e espírito que a mim cabe.
Deles não rio nem nada digo,
não vale a pena olhar a insignificância.
Dou a volta por cima sem remorsos.
Estrelas brilham a céu aberto,
uns admiram-nas, outros remoem sua magnitude.
Eu as colho e as guardo no coração,
aprenda a diferença e seja feliz.
Há espaço no mundo também para você.
Divirta-se – longe de mim!
Eliane Alcântara.
sexta-feira, fevereiro 04, 2011
Isto é... amor!
Isto é... amor!
Tortura-me pensar em ti.
Tortura maior é pensar em esquecer-te.
Corrobora o ar estas coisas todas
que nem fizemos e são verídicas.
De mim sei os encantos guardados,
as seduções a que condenaste-me
sem chance de hábeas-córpus
ou livre viagem pelas esculturas carnais do tempo.
Prisioneira - sempre por gosto - das tuas manias
pareço louca em meu estado lúdico,
e tu nem sabes se o sou
ou encaderno-me da tua face para sorrir.
Ando de bar em lar,
aqui, acolá, talvez mais ali.
Em algum lugar tu ocultaste tuas verdades
e revelas-me adeus ou um dia apenas com cores.
São migalhas, eu sei, aceito-as.
Amar tem da alegria o peso da dor,
da realização a eternidade dos olhos.
Tortura-me a ausência, mas que culpa tenho
se em ti minha alma floresce?
Esquecer-te nem pensar,
encontrar-te já se fez há tanto.
Se tu não vais voltar eu lamento,
os dias não maldigo, tudo tem uma razão,
e eu, eu tenho as sementes de quem tu foste.
“Is this love”.
Eliane Alcântara.
quarta-feira, fevereiro 02, 2011
Sem saída.
(Imagem: Google).
Sem saída.
São momentos perdidos os que me cabem
na travessia contínua em que inflamo-me.
E dos rostos que admiro sobressai o que não vi,
insistente imagem a morder-me pensamentos.
Calo o rio de alegrias, é impossível mantê-lo,
diáfana crença em tudo que foi azul, límpida esperança.
Fresta de imaginação perfura a alma,
outro retalho de impossibilidades – lembranças.
Sobre meu peito desfia-se o colar das horas
e não tenho sequer o segundo parido no passado.
Segundo sentido, desbotado e sufocado
pelas coisas sem importância onde algo puro foi maior.
Um tom de noite fatigada anuncia o vazio,
recrio-me as tantas e a autêntica não sei escolher.
Estou perdida, amor. Perdida com meus fantasmas e dores
no pântano do nada em que cri o sonho realidade.
Casa-me bem a morte dos sentimentos.
Eliane Alcântara.
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