Isto é... amor!
Tortura-me pensar em ti.
Tortura maior é pensar em esquecer-te.
Corrobora o ar estas coisas todas
que nem fizemos e são verídicas.
De mim sei os encantos guardados,
as seduções a que condenaste-me
sem chance de hábeas-córpus
ou livre viagem pelas esculturas carnais do tempo.
Prisioneira - sempre por gosto - das tuas manias
pareço louca em meu estado lúdico,
e tu nem sabes se o sou
ou encaderno-me da tua face para sorrir.
Ando de bar em lar,
aqui, acolá, talvez mais ali.
Em algum lugar tu ocultaste tuas verdades
e revelas-me adeus ou um dia apenas com cores.
São migalhas, eu sei, aceito-as.
Amar tem da alegria o peso da dor,
da realização a eternidade dos olhos.
Tortura-me a ausência, mas que culpa tenho
se em ti minha alma floresce?
Esquecer-te nem pensar,
encontrar-te já se fez há tanto.
Se tu não vais voltar eu lamento,
os dias não maldigo, tudo tem uma razão,
e eu, eu tenho as sementes de quem tu foste.
“Is this love”.
Eliane Alcântara.
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