quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Seja autêntico (a).



(Imagem: Google).


Seja autêntico (a).


Não pedi para ser quem sou,

não pedi para ser suficiente,

pouca importa os que não gostam,

antes sou eu com minhas alegrias.


Os que invejam-me não lutam,

olham abatidos o que sonham

na carne e espírito que a mim cabe.


Deles não rio nem nada digo,

não vale a pena olhar a insignificância.

Dou a volta por cima sem remorsos.


Estrelas brilham a céu aberto,

uns admiram-nas, outros remoem sua magnitude.

Eu as colho e as guardo no coração,

aprenda a diferença e seja feliz.


Há espaço no mundo também para você.

Divirta-se – longe de mim!


Eliane Alcântara.

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Isto é... amor!



Isto é... amor!



Tortura-me pensar em ti.

Tortura maior é pensar em esquecer-te.

Corrobora o ar estas coisas todas

que nem fizemos e são verídicas.



De mim sei os encantos guardados,

as seduções a que condenaste-me

sem chance de hábeas-córpus

ou livre viagem pelas esculturas carnais do tempo.



Prisioneira - sempre por gosto - das tuas manias

pareço louca em meu estado lúdico,

e tu nem sabes se o sou

ou encaderno-me da tua face para sorrir.



Ando de bar em lar,

aqui, acolá, talvez mais ali.

Em algum lugar tu ocultaste tuas verdades

e revelas-me adeus ou um dia apenas com cores.



São migalhas, eu sei, aceito-as.

Amar tem da alegria o peso da dor,

da realização a eternidade dos olhos.

Tortura-me a ausência, mas que culpa tenho

se em ti minha alma floresce?



Esquecer-te nem pensar,

encontrar-te já se fez há tanto.

Se tu não vais voltar eu lamento,

os dias não maldigo, tudo tem uma razão,

e eu, eu tenho as sementes de quem tu foste.



“Is this love”.



Eliane Alcântara.

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Sem saída.

(Imagem: Google).


Sem saída.


São momentos perdidos os que me cabem

na travessia contínua em que inflamo-me.

E dos rostos que admiro sobressai o que não vi,

insistente imagem a morder-me pensamentos.


Calo o rio de alegrias, é impossível mantê-lo,

diáfana crença em tudo que foi azul, límpida esperança.

Fresta de imaginação perfura a alma,

outro retalho de impossibilidades – lembranças.


Sobre meu peito desfia-se o colar das horas

e não tenho sequer o segundo parido no passado.

Segundo sentido, desbotado e sufocado

pelas coisas sem importância onde algo puro foi maior.


Um tom de noite fatigada anuncia o vazio,

recrio-me as tantas e a autêntica não sei escolher.

Estou perdida, amor. Perdida com meus fantasmas e dores

no pântano do nada em que cri o sonho realidade.


Casa-me bem a morte dos sentimentos.


Eliane Alcântara.