Delicatesse.
Dona de nenhum perigo construo
abismos,
navego olhares, mordo palavras, engulo sonhos.
Eu provo da
loucura folhas de outonos dourados
e mastigo sentenças não
aprovadas.
Violento sorrisos sem medo de culpas,
se você não gosta não
chegue perto, eu ardo.
Minha boca tem o antídoto para vontades,
a fina
poeira de ventanias em olhos irritados.
Na pele uma fogueira enfeita de
laço corpos,
e peco, peco tanto que já virei perdão
na dança única dos
delírios
de prender entre as pernas o coração de quem amo.
Fica quem
vence a fera, alcança a fêmea,
parte quem não chega, aquele que eu não
espero.
Eu bebo do gozo o prazer de estar parte
do que me faz inteira no
alheio respirar ofegante.
Escolho o que não sei, observo jogos,
se
jogo não desperdiço cartas - lanço-me nua.
Mando andar quem não é
encaixe,
costura exata ao meu querer doce, inocente e feroz.
Eu sou a
oração do meu verso,
carne da minha letra, sexo da minha voz.
Rouca
postura no caminho dos destemidos,
enraizados filhos do sol, filtros que
fabrico.
E de tantas passagens que são passado
eu sou o agora todo o
tempo e o ontem presente.
No ventre a evolução das estações raceiam,
na
alma guerreia a menina e a sábia -- mundo.
Dona de mim e do espelho sou
índia,
sou filha, sou mãe, sou pátria.
Se engasgo o seu passo fique
longe,
sou indecifrável esfinge aos tolos: sou mulher!
Eliane Alcântara.
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domingo, abril 24, 2011
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