Teu corpo é o meu templo.
Vem manso deitar meus olhos
Tapete aveludado de tua carne
E quando muito eu me morda
Rompa o gozo delírio
Casa em que caso nua
Excitada língua tua
A possuir-me a boca
Dos dentes, mucosa, lábios.
Vem feroz macho faceiro
Despetalar-me tua louca
E dentro sacia (me)
Volúpia incessante.
Ao alcançar já cativa
Abrigo em tuas veias,
Sacana e mais bondosa
Enfim hei de revelar-te
Onde é minha morada
Se eu estou fora de mim.
Eliane Alcântara.