Poema ilustrado por Maria Bonfá.
Deixa.
Deixa eu morrer de te amar
e não desperte o dia de ser comum.
Deixa eu ficar esquecida em teu corpo
e beber de tudo o que me der teu cheiro e gozo.
Muito louca deixa eu lamber tua alma
e respirar teus desejos sacanas.
Deixa eu me sentir viva em tua carne,
o tempo sabe bem o que fazer com a paixão.
E se for pouco deixa a exaustão sorrir
tudo o que há de despudor em minha boca,
minha felicidade começa com o teu prazer.
Molha meus dias...
Eliane Alcântara.
Um comentário:
Morrer de amar é tema de um conhecido poema de Vinícius de Moraes. Só que você traz as imagens tão vívidas e tão marcantes, que se torna mais próxima de Drummond.
Curiosa a palavra lânguida. Ela possui quatro significados completamente diversos: 1. abatimento; 2. estado doentio; 3. grande ternura e suavidade; 4. sensual. Vamos nos concentrar nesses dois últimos sentidos... Nesse poema, você parece soprar as palavras em nossos ouvidos, com a languidez e a transparência de uma musa provocante.
Por isso, como poema sensual, classificar como perfeito é só atestar o que sentiu.
Está perfeito!
Beijos
Marcelo
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